quarta-feira, 28 de outubro de 2020

ALÉM DO LIMITE!

"E eu lhe digo que você é Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não poderão vencê-la." - Mateus 16:18

Lendo os evangelhos, percebemos que Jesus vivia a romper todos os limites. Ele foi além daquilo que dele se esperava, superando as tradições religiosas e a lei mosaica. Vejamos:

- Jesus rompeu os limites quando, aos 12 anos, discutiu com os doutores da lei (Lc. 2:46). 
- Contrariou as expectativas de todos quando, ao invés de continuar no ofício de José, se tornou pregador e Mestre (Mc. 6:3).
- Foi mais além ao anunciar uma mensagem audaciosa totalmente diferente dos rabinos da sua época.
- Escandalizou os discípulos indo à cruz.
- Venceu o limite da morte quando ressuscitou e subiu ao céu.
- Ele fez tudo isso sem pecar e sem ultrapassar a vontade do Pai.
- ... e muito mais...

Quando falamos a respeito das realizações de Jesus, algumas pessoas argumentam que ele fez tudo isto porque era Deus e nós, como meros humanos, não podemos imitá-lo. Entretanto, Cristo, além de romper limites, viveu ensinando os discípulos a fazerem o mesmo. Eles não morreriam na cruz para salvar o mundo, mas fariam obras semelhantes às que Jesus fez e outras maiores (Jo. 14:12). Não estamos a falar de ultrapassar os limites éticos que regem as nossas vidas, nem o limite do cheque bancário ou do cartão de crédito, nem o limite de velocidade máxima na estrada, mas de romper limitações desnecessárias, verdadeiras barreiras que impedem o nosso crescimento.

Quando Pedro perguntou se deveria perdoar o seu irmão sete vezes, talvez pensando que seria uma grande virtude, Jesus disse que o perdão deveria ser concedido setenta vezes sete (Mt. 18:21-22). A matemática de Jesus é diferente da nossa. O resultado que ele propõe é muito maior. Pedro propôs um número apenas. O Mestre acrescentou mais um para multiplicá-lo. Não sei se Pedro conseguiu fazer as contas, mas deve ter ficado surpreso com a resposta.

O homem sem Jesus vai, talvez, até ao número sete. Com Jesus podemos ir, se quisermos, aos 490, 4900, 49000, etc.

- Fazemos pouco e achamos que é suficiente.
- Queremos ir até determinado ponto, mas Jesus quer levar-nos além.
- Estamos satisfeitos com o que já realizamos, mas o Senhor deseja que façamos muito mais. 

Todos nós podemos fazer um pouco mais (ou muito mais). Não devemos parar onde estamos, pois corremos o risco do retrocesso. Precisamos ir além dos limites que nós mesmos criamos, ou criaram para nós, e que agora servem para restringir a nossa experiência pessoal, vivencial e espiritual.

Em suas últimas palavras aos discípulos, Jesus estimulou-os novamente ao rompimento dos limites ao dizer:

“Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra”. (At. 1:8).

O projeto de Cristo é ambicioso (no bom sentido). Se somos Seus discípulos, precisamos acompanhá-lo, rompendo fronteiras e barreiras para prosseguirmos na expansão do Seu Reino de Luz!

Eu vou além do limite! Vem também.

Com amor,
Pr. José Carlos Ribeiro

quinta-feira, 22 de outubro de 2020

CHEGUEI AO LIMITE!

"Então, o Anjo do Senhor lhe apareceu e lhe disse: O Senhor é contigo, varão valoroso."  - Jz. 6:12

Este versículo é extraído de um contexto conturbado na história do povo de Israel. Este povo tinha-se afastado de Deus e Ele permitiu que os midianitas aterrorizassem Israel durante sete anos, destruindo as suas terras e gado. É mencionado, inclusivamente, que os midianitas eram “tão numerosos como gafanhotos; e os seus camelos eram inumeráveis, como a areia na praia do mar em multidão" (Jz 7:12). Era um povo com um exército numeroso e bem constituído. As palavras deste versículo mote são dirigidas, neste contexto, a Gideão, e deveriam ser palavras encorajadoras. Mas o primeiro pensamento de Gideão parece ter sido: “Porquê eu? Não existe alguém mais forte ou mais valente que possa fazê-lo?” (vr. 15)

Gideão, não somente se vê insuficiente para tão grande responsabilidade, como também se vê privado de constituir um exército com todos os que estavam alistados na época. Gideão tinha à sua disposição um exército de 32000 guerreiros, número que parecia ser suficiente para uma boa estratégia de guerra, mas Deus entende que são muitos homens. Deus começa por querer afastar deste exército todos aqueles que estavam com medo. É então dada a ordem para que todos quantos estivessem com medo pudessem desertar, e durante a noite foram 20000 homens que abandonaram o exército!

Ainda assim eram muitos, disse Deus! Era preciso reduzir mais este número. E assim, após uma estranha ordem para testar os restantes homens de guerra, o número final ficou em 300 homens! Como seria possível vencer o exército inimigo? O que é que Deus queria fazer? Com os 300 homens armados com nada mais do que trombetas e tochas escondidos dentro de jarros de argila, os israelitas arrastaram-se para os arredores do acampamento Midiã. Os israelitas quebraram os cântaros revelando as tochas, e tocaram as trombetas gritando “A espada do Senhor e de Gideão!”. Surpresos, e pensando que estavam a ser emboscados por um grande exército, os midianitas entraram em pânico, lutando uns contra os outros. A sua poderosa força tinha sido superada por apenas 300 homens liderados por Gideão, um homem que tinha chegado ao seu limite de ação humana, mas que ouviu a Deus.

Com tão pouco Deus faz o impensável, aquilo que cada um de nós julgaria ser preciso fazer com muito. Aprendemos que, com Deus, tantas vezes, Ele nos leva aos nossos limites de forma a experimentarmos dele o Seu PODER e a Sua GRAÇA sobrenaturais. Deus começa por agir nas nossas vidas quando reconhecemos que não podemos mais, que chegamos ao nosso limite.

É exatamente aí, no teu limite, que Deus mais gosta de agir!

Quando disseres "cheguei ao meu limite!", lembra-te: esse é o momento que Deus vai agir de forma sobrenatural!

Com amor,
Pr. José Carlos Ribeiro

quinta-feira, 15 de outubro de 2020

(IN)TOLERÂNCIA

“E Tiago continuou: - A minha opinião é esta: eu acho que não devemos atrapalhar os não judeus que se estão convertendo a Deus.” - At. 15:19 (NTLH)

Em determinada altura dos primeiros passos da igreja, descritos no livro de Atos dos Apóstolos, foi organizada uma reunião específica para tratar da contextualização da mensagem do evangelho ao mundo não judeu. Até então, a cultura judaica era a base para as formas e metodologias de culto, mas o povo não judeu, os gentios, não poderiam ser alcançados com o mesmo método e normas que os judeus entendiam. A mensagem deveria ser a simples e pura mensagem do evangelho, sem qualquer deturpação, mas tinha que chegar na linguagem que os gentios entendessem e não fazer com que estes tivessem que assimilar a cultura judaica.

Quando isto se começou a aplicar no terreno, muita luta existiu e muitos diferendos também. Mas uma coisa é certa: a igreja começou uma obra de tolerância ao ser humano e o alcance foi sem medida até aos dias de hoje. Hoje temos uma tendência a ficar demasiado presos a formas e metodologias de culto, de ensino ou de estilos, e esquecemos que o ser humano, qualquer que seja, bom ou mau, precisa ter acesso livre e absoluto ao evangelho da graça, paz e amor de Jesus Cristo. Essa graça e essa paz só existem se a igreja se chegar ao ser humano sem restrições, complexos ou intolerâncias.

Certa vez, Jesus contou uma parábola sobre o Reino dos céus, a conhecida parábola das bodas (Mt. 22:1-14). Ali, Jesus contava que um rei havia preparado uma grande festa de casamento para o seu filho. Todos os convidados deram desculpas para não ir, por isso, o rei ordenou aos seus servos para irem por todo o lado a convidar a todos os que passassem por eles, para virem participar da festa e do banquete, sendo específico que convidassem “tanto maus como bons” (vr.10). A sala do banquete ficou cheia de convidados!

Qual é o nosso trabalho? O nosso trabalho é fazer que TODOS saibam que o banquete está pronto e que TODOS são convidados – bons e maus!

Com amor,
Pr. José Carlos Ribeiro

quinta-feira, 8 de outubro de 2020

AS PERGUNTAS

“E chamou o senhor Deus ao homem e lhe perguntou: onde estás?” - Genesis 3:9

Perguntas são feitas para esclarecer um facto, uma dúvida ou para testar o interlocutor. Através delas chega-se a muitos conhecimentos e esclarecimentos de muitas dúvidas que existem em nossas vidas. Há perguntas verdadeiramente constrangedoras: “O senhor é corrupto?” de um repórter para um político eminente. Ou então, “A senhora não acha que está muito gorda?” kkk...

O filósofo Sócrates, século V a.c., descobriu que o homem tem uma grande capacidade de conhecimento armazenada na sua mente e que, através de perguntas e questionamentos, se chega a muitos esclarecimentos. A sua filosofia era conhecida como ‘Maiêutica’, que significa 'tirar de dentro o que está escondido'. Esta ideia veio através da observação do trabalho da sua mãe que era parteira.

Trago aqui três das perguntas mais importantes que já foram feitas na Bíblia, que fala muito da nossa postura espiritual hoje.

1) “Onde estás?” Gn. 3:9 - Pergunta de Deus para Adão que se escondia atrás das folhas por causa do pecado.
Muitas são as pessoas que têm buscado refúgio e esconderijo nas folhas do pecado, prostituições, bebedeiras, orgias, drogas e violências. Muitos têm-se escondido atrás da fama, do dinheiro ou do prazer. Outros escondem-se atrás de pessoas famosas, de parentes e de líderes proeminentes, políticos e religiosos. Até nas religiões nos escondemos de Deus. Muitas destas pessoas, de tanto pecar, estão envergonhadas e vão-se afundando mais e mais, talvez apostando que Deus não está a ver ou que não irá punir os pecados cometidos.
Na fuga do pecado, a pior coisa que pode acontecer é o não reconhecimento da culpabilidade e não pedir ajuda e perdão, ou usar de subterfúgios e colocar a culpa em outros: "Foi a mulher que me deste! Olha, eu não queria, mas ela me forçou, sabes como é, entendes?"
“Onde estás?” Deus é tão amoroso, que não obstante o estado e o lugar em que estás, espera pacientemente a tua declaração de arrependimento.

2) “Onde está Abel, teu irmão?” Gn. 4:9 -  Pergunta de Deus para Caim depois de ter matado e escondido o seu irmão. Esta pergunta fala da nossa responsabilidade familiar, social, fraternal, filantrópica. Somos responsáveis pelos nossos irmãos. Qualquer pecado que cometemos traz consequências ao nosso próximo, ao meu irmão, e por certo ofende a Deus que exercerá justiça dos atos malignos cometidos. Vivemos numa sociedade individualista, egocêntrica e de total ausência de responsabilidade, e quase que completamente fragmentada de sentimentos coletivos. O espírito de Caim é um espírito de prejuízo, ofensa e morte ao irmão, ao próximo. O espírito cristão é totalmente antagónico, contrário, é um espírito fraternal, de amor, perdão e solidariedade ao próximo.

3) “Que é isso que tens na mão” Ex. 4:2 - Pergunta de Deus para Moisés que estava com a vara na mão que transformou em serpente. Esta pergunta fala do poder de Deus em operar maravilhas com os dons, talentos e ministérios a nós concedidos. Estes podem servir como instrumentos de salvação e libertação do povo de Deus. Deus tem-nos dado em mãos diversos instrumentos para que sejamos reais mordomos de tesouros celestiais dedicados aos demais, como o dinheiro, a família, os relacionamentos ou bens materiais.

Não será que vivemos a cada dia assaltados por estas e tantas outras perguntas de Deus? São perguntas e tu tens as respostas... Responde-as!

Com amor,
Pr. José Carlos Ribeiro

quinta-feira, 1 de outubro de 2020

EMPURRAR COM A BARRIGA

"Que cada pessoa examine o seu próprio modo de agir! Se ele for bom, então a pessoa pode-se orgulhar do que fez, sem precisar comparar o seu modo de agir com o dos outros. Porque cada pessoa deve carregar a sua própria carga." - Gl. 6:4-5 (NTLH)

Vivemos tempos verdadeiramente conturbados! Sei bem que isto já soa a um bom "clichê", mas que estamos a viver tempos diferentes, ai isso estamos!

É tanta informação, tanta descrença e tantos desequilíbrios, que precisamos buscar continuamente o equilíbrio moral, emocional e espiritual. Tudo isto tem levado muita gente boa a empurrar com a barriga as coisas que têm a seu cargo e responsabilidade, numa total irresponsabilidade, negligência e preguiça. Temos que ser honestos e verificar se tal se está passar connosco (comigo e consigo). Será que o que temos em mãos, e tudo o que Deus nos tem confiado para fazer, estamos a empurrar com a barriga?

E não será que buscamos um alívio de consciência ao olhar para o "vizinho" e realizarmos que, afinal, "se ele procede assim, porque não eu também?" Pois é... Sempre encontraremos formas de justificarmos os nossos erros ou as nossas falhas conscientes mas, que isso não nos convém como referenciais nesta geração, isso não convém mesmo.

Há um tempo em que estamos inseridos, o qual é de suma importância para os tempos atuais e futuros. Uma grande oportunidade que mais nenhuma geração teve até então. O que vamos fazer então?

Negligentes? Irresponsáveis? Preguiçosos?

Eu não vou nessa. Não vás tu também!

Com amor,
Pr. José Carlos Ribeiro