quinta-feira, 29 de setembro de 2022

QUE BANDO! (parte 3)

"De repente, Festo gritou: 'Paulo, você está louco! O excesso de estudo o fez perder o juízo!'." - Atos 26:24 (NVT)

(Continuação da semana passada...)

Se em Jesus podemos ver um exercício de variedade de coisas "loucas", como não pensar na "loucura da pregação" a que Paulo se refere em I Coríntios 1:17-31 e 2:1-16? Como não verificar que a mensagem da cruz é inadmissível, e o comportar da ação do Seu Reino entre nós aqui na terra é incompreensível à perspetiva humana? Como cabe na razão humana que um Deus pôde enviar o Seu Único Filho para morrer por figuras que Ele criou, sabendo que iriam pecar? E de onde vem tanto amor? Só um atestado de "loucura" pode justificar estas interrogações!

Desde sempre existiu a suspeita de que os crentes são fanáticos: no Sinédrio, Gamaliel, doutor da lei e fariseu, ao debruçar-se sobre a pregação cristã, citou como precedentes os casos de dois movimentos sectários liderados por Teudas e Judas, o que evidencia a acusação que pesava sobre a comunidade cristã em seu nascimento (At 5:34-41); numa audiência judicial, na presença do rei Agripa, o governador Festo disse ao Apóstolo dos Gentios: “Paulo, você está louco!" E qual era a "loucura" de Paulo? Ele falava da ressurreição de Cristo como fundamento da salvação.

Voltando ao episódio de base a este texto devocional referido na parte 1 - “E foram para uma casa. E afluiu outra vez a multidão, de tal maneira que nem sequer podiam comer pão. E, quando os seus ouviram isto, saíram para o prender; porque diziam: Está fora de si.” (Marcos 3:20-21) - abro agora um parênteses para pensar sobre a situação de Maria que, aqui, estava junto com os restantes familiares que vieram buscar a Jesus. Nesta altura, Maria, parece não se ter lembrado das coisas que o anjo Gabriel lhe dissera ao anunciar o nascimento de Jesus (Lucas 1:26-38). Também aqui vemos coisas “muito loucas”:
1) Ela mesma fora escolhida dentre todas as mulheres para uma missão extraordinária;
2) Ela era virgem, e conceberia do Espírito Santo;
3) O Seu Filho seria “grande”, chamado “Filho do Altíssimo”, rei constituído por Deus, para sempre, sobre o trono de Davi.

Agora, esse Filho estava ali, dentro de uma casa de terceiros, sem se alimentar, cercado por uma multidão ansiosa e em franca contradição quanto aos fariseus e escribas, que representavam o sistema religioso… A meu ver, talvez Maria tenha pensado que tudo aquilo que presenciava estava muito distante do que lhe fora prometido pelo anjo.

Jesus, Paulo, Maria... Todos estes são elementos que fazem parte desta gente louca que parece mover-se num sentido contra corrente e, tantas vezes (se calhar todas as vezes!), julgados como insanos pela conjuntura de vida e do sistema humano! Mas Que Bando!

Estarás a ser julgado como parte deste bando? Será bom que assim seja...

(Continua na próxima semana...)

Com amor,
Pr. José Carlos Ribeiro

quarta-feira, 21 de setembro de 2022

QUE BANDO! (parte 2)

"E maravilharam-se da sua doutrina, porque os ensinava como tendo autoridade e não como os escribas." - Marcos 1:22

[Continuação da semana passada...]

Jesus vinha a fazer algumas coisas bem “loucas”: Ele tocou num leproso, dizia que perdoava os pecados, comia com publicanos e pecadores e, em dia de sábado, curou um enfermo e deixou que os Seus discípulos colhessem espigas. Multidões o procuravam, primeiro de Cafarnaum, depois de toda a Galileia, Judeia, Idumeia, e de além do Jordão, de Tiro e Sidom.

O movimento liderado por Jesus e os seus discípulos crescia, agregava pessoas de perto e de longe e, embora Jesus pedisse que elas fossem discretas, elas saíam divulgando os factos que testemunhavam (Marcos 1:43-45).

Tudo era inédito! O ensino de Jesus era considerado diferente, porque falava “como tendo autoridade e não como os escribas”. A novidade das palavras e obras d’Aquele Profeta satisfazia as profundas necessidades de um povo sofrido e desprezado.

Com estes elementos, podemos entender que Jesus era acusado de ser uma espécie de líder religioso fanático, irreverente, sectário, um personagem que incentivava a criação de uma seita dentro do Judaísmo. Foi por causa dessa suspeita que, depois de um interlúdio relativo à acusação de ser endemoninhado, a família de Jesus se postou do lado de fora da casa em que ele Se encontrava (Marcos 3:31-35). Maria e os irmãos do Senhor “mandaram-no chamar”, ao que Jesus, de modo maravilhoso, respondeu que a Sua família é composta por aqueles que fazem a vontade de Deus.

Hoje continuamos a testemunhar posicionamentos idênticos... Aqueles que são do "bando" que fica do lado de fora e fazem juízos, e aqueles que são parte do "bando" que está dentro da ação.

Hoje, possuidores de todos estes dados e episódios narrados, sabemos qual o "bando" que foi determinante para que a Salvação viesse ao mundo e o Seu Reino tivesse começado a ser implantado na terra! Que bando!

E, já agora, qual é o teu bando?

[Continua na próxima semana...]

Com amor,
Pr. José Carlos Ribeiro

quinta-feira, 15 de setembro de 2022

QUE BANDO! (parte 1)

“E foram para uma casa. E afluiu outra vez a multidão, de tal maneira que nem sequer podiam comer pão. E, quando os seus ouviram isto, saíram para o prender; porque diziam: Está fora de si”. - Marcos 3:20-21 

O sofrimento de Jesus não se restringiu à Cruz. Durante toda a Sua vida, Ele sofreu com a hipocrisia, a mentira, a inveja, a falsa religiosidade, os intentos malignos, a discriminação e a rejeição. A Sua angústia era maior porque, sendo Deus, conhecia os corações: ao conversar com as pessoas que O elogiavam ou O tratavam com brandura, podia enxergar claramente que, nem sempre, a cordialidade refletia um coração honesto.

Ao ler o Livro de Marcos, deparamos com estes versículos no capítulo 3, que são bastante intrigantes. Até aqui, passamos por diversos episódios registados nos evangelhos, por exemplo: o ministério de João Batista apresentado como cumprimento de Isaías e Malaquias; o batismo no Jordão; a tentação no deserto; o início do ministério de Jesus (na Galileia); a cura do endemoninhado em Cafarnaum; a cura da sogra de Pedro; uma síntese de várias curas e expulsões de demónios; o momento em que Pedro diz “Todos te buscam”; a cura de um leproso; a cura do paralítico em Cafarnaum; a vocação de Levi (Mateus); o banquete na casa de Levi; a controvérsia em torno do jejum; a questão em torno do sábado; a cura do homem da mão mirrada; a expansão regional do ministério; a eleição dos Doze.

É então que, antes do relato da blasfémia dos escribas, que acusaram Jesus de ser endemoninhado e de expulsar demónios em nome de Belzebu, vemos este relato de que a família de Jesus foi procurá-Lo, por ter ouvido dizer que Ele estava “fora de si”. Aqui, Marcos regista de forma sonante que os Seus familiares “saíram para o prender”.

Mas, então, o que Jesus andava a fazer para que o boato de loucura fosse espalhado? Sabemos bem que o ministério de Jesus causava agitação social ao participarem pessoas com deficiências físicas, carentes, enfermas, problemáticas, preocupadas, angustiadas, desabilitadas – enfim, pessoas tidas por “anormais” e “pecadoras”. Para aqueles que se achavam justos, este comportamento só podia ser atribuído à loucura do protagonista. Onde já se viu liderar uma multidão de desajustados sociais a partir de fundamentos insólitos?

Esta multidão era um verdadeiro bando de casos de ação sobrenatural. E talvez pudéssemos dizer na época: «Que bando!» 

Hoje esse bando existe? Conheces por fora ou és parte dele?

(Continua na próxima semana...)

Com amor,
Pr. José Carlos Ribeiro

quinta-feira, 8 de setembro de 2022

A UNÇÃO

"Em todo tempo sejam alvas as tuas vestes, e nunca falte o óleo sobre a tua cabeça." - Eclesiastes 9:8

Existe um grande engano quando queremos ter unção de Deus na nossa vida, mas não estamos dispostos a romper, cortar e bloquear certas coisas ou hábitos que temos. Quantas vezes me pedem oração por unção, mas depois verifico que alguns não estão preparados para a receber, pois não conseguirão sequer recebê-la ou mantê-la! E isto, porque a unção está, de alguma forma, conectada com santidade.

Temos que ir um pouco atrás no Antigo Testamento para entender, ainda que sumariamente, que a preparação dos sacerdotes para o exercício do seu ministério, tinha uma base de santificação manifesta na preparação das suas vestes e, só depois, é que recebiam o óleo da unção sobre si (Ex. 29:4-7). A coroa da santidade que o sacerdote impunha sobre a cabeça, e que prendia toda a sua vestimenta (ou mitra), trazia em si mesma esta relação entre unção e santidade.

O Apóstolo Paulo ensina em 1 Tessalonicenses 4:3-8 que quem rejeita a santificação que Deus nos pede (e aqui, por exemplo, fala de imoralidade sexual), rejeita o próprio Deus. Rejeitando a Deus não podemos receber a Sua unção!

Hoje, quero deixar-te esta breve exortação, levando-te a assumires que não há atalhos para a unção de Deus na tua vida! A santificação é obrigatória para que tu, e todos à tua volta, usufruam da ação ungida de Deus manifesta em ti!

Esmera-te na santificação...
Recebe a unção!

Com amor,
Pr. José Carlos Ribeiro

quinta-feira, 1 de setembro de 2022

TUDO O QUE É BOM

"Tudo de bom que recebemos e tudo o que é perfeito vêm do céu, vêm de Deus, o Criador das luzes do céu. Ele não muda, nem varia de posição, o que causaria a escuridão." - Tg. 1:17 (NTLH)

Caminhando pelas ruas e nos afazeres do dia a dia, ouço as pessoas queixarem-se das dificuldades que passam, sejam de ordem financeira, emocional, realização profissional, sentimental e tantas outras dificuldades. Destas, quantas usam expressões como: "vamos indo como Deus quer"...

Mas o que será que Deus quer?

Deus quer que tenhas estas dificuldades? Será que Deus tem prazer em ver dias difíceis em tua vida? Afinal, Deus prepara dificuldades para te fazer tropeçar?

Tens que parar e assentar a tua conduta no que Deus é, quer e faz. E isso só o podes fazer cerrando os teus ouvidos ao mundo e abrindo os olhos à Sua Palavra!

De Deus provém toda a boa dádiva, tudo o que é bom! Isto é o que a Palavra de Deus nos ensina e, como filhos de Deus, avançamos diariamente no que a Sua Palavra diz e não nas mentiras que o mundo nos traz. Esta é a grande diferença entre quem vive flutuando pelos ventos do mundo e quem vive estável na Palavra.

Precisas assentar totalmente a tua vida na Sua Palavra mas, para isso acontecer, tens que te encher dela! Ler a Bíblia, falar com Deus, ter comunhão com a igreja e os teus irmãos na fé, buscar aprofundar o teu conhecimento bíblico e deixares que o Espírito Santo seja o Senhor que dirige os teus passos.

Não há outra forma de avançar! O contrário faz-te recuar e fraquejar e já chega disso. Fortalece -te e recebe tudo o que é bom!

Com amor,
Pr. José Carlos Ribeiro