Nesta contínua guerra em que vivemos no quotidiano, são tantos os que se amoldam às circunstâncias e passam a alterar planos, projetos e ideais por diretrizes provisórias e passageiras... Não me refiro a tudo quanto possamos agregar em virtude de processos de confinamentos, restrições ou alterações de "modus vivendi" advindos destes últimos tempos. Isso até tem contornos positivos! Temos assistido a muitas iniciativas criativas que visam o aproveitamento destas circunstâncias ditas de adversas, e sou apreciador da criatividade e originalidade que esta necessidade tem trazido em, praticamente, todos os domínios. Refiro-me, antes, ao baixar os braços numa atitude de aceitação mórbida pelo contexto imposto, como que se não existisse mais luz nenhuma ao fundo do túnel. Precisamos olhar e ver o panorama geral que temos! Levantar os olhos e relembrar as verdadeiras e originais motivações que nos têm levado a vencer os mais variados desafios, guerras e lutas por que temos passado. Este panorama não é mais do que insistir num processo vivido que vislumbra, continuamente, a chegada a uma linha de meta. E é aqui que tantas vezes temos falhado, tentando nos adaptar com sérios riscos de perdermos esta essência.
A Bíblia fala-nos de um personagem fiel a um panorama, a uma visão e a um objetivo. É o Rei David. Um homem que tinha uma grandiosa visão. Contemplava continuamente um panorama global sempre presente e, com ele, avançava nas guerras, nas lutas, nos desafios e nas dificuldades. Juntamente com David, muitos eram arrastados nesta “contemplação” do “seu” panorama e eram incluídos em processos que, até hoje, são inspiradores.
David vivia sob o panorama da construção de um grandioso templo onde todos pudessem achegar-se a Deus, contemplar a Sua Presença, a Sua Ação e a Sua Vida. Este David lutou, projetou e exerceu o seu reinado em molde a que este projeto caminhasse sempre, sem parar, independentemente das guerras com conquistas e derrotas pelas quais teve que passar. David contemplava o “seu” panorama e residia fielmente nele.
Hoje, mediante os processos, projetos, contextos e mudanças em que vivemos, estamos a ser chamados a observar o panorama e a caminhar em direção ao cumprimento deste. Creio que precisamos humilhar-nos e reconhecer que a nossa distração é a distração do mundo, e que o inimigo avança nesta guerra a despeito de teres, ou não, um panorama presente.
Pr. José Carlos Ribeiro.
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