“...anulou a conta da nossa dívida, com os seus regulamentos que nós éramos obrigados a obedecer. Ele acabou com essa conta, pregando-a na cruz.” – Cl. 2:14 (NTLH)
Há poucos meses estive na Coreia do Sul. Participei de diversas iniciativas levadas a cabo por uma mega-igreja em Seul, entre elas, uma conferência para pastores e líderes oriundos de 120 países. Éramos 500 pastores em representação destas nações que coabitamos, e oramos, celebramos e profetizamos as verdades do Reino de Deus sobre a terra e o ser humano.
Entre estes pastores e líderes, conheci um pastor do Mianmar (antiga Birmânia) onde se tem vivido um tempo de grande perseguição e genocídio aos cristãos e aos muçulmanos. O Mianmar é um país budista. Era um homem jovem, por volta de 40 anos de idade, franzino, de aspeto frágil, alegre, casado e pai de 5 filhos, usava um nome falso e não podia aparecer em fotos. Tudo por causa da perseguição no seu país.
Em algumas conversas que fui tendo com ele, espantou-me a sua coragem e ousadia no seu discurso e experiência de uma vida perseguida mas cheia de graça do Pai, correndo risco de vida com ameaças de morte. Confessava-me ele que, tinha a certeza, mais dia menos dia, ele e a sua família seriam certamente assassinados. A certa altura perguntei-lhe porque não pegava na sua família e vinha viver em segurança noutro país. Fiquei envergonhado com a sua resposta peremptória e clara. Ele disse que as pessoas que seriam alcançadas pela sua vida e pelo seu ministério precisavam que ele continuasse lá, caso contrário, não seriam alcançadas e caminhariam enganadas para o inferno! Fiquei sem fôlego, as lágrimas vieram-me aos olhos e senti uma vergonha como nunca!
Apesar de Jesus ter pago o preço completo na cruz do calvário (“Está consumado” – no original grego “Tetelestai”) e o Apóstolo Paulo nos refrisar essa verdade em Colossenses 2:14 (“anulou a conta da nossa dívida” – no original grego “Tetelestai”), este preço não anula a ação/reação devida à proclamação do Evangelho neste mundo.
Hoje, uns quantos dizem-se prejudicados pela pandemia Covid-19, preocupados pelas suas vidas, atividades e prazeres. Mas, verdadeiramente, não estamos sequer a pagar qualquer preço em favor dos demais.
Acorda igreja, acorda ser humano. Há um preço a pagar e tu tens um para pagar!
Com amor,
Pr. José Carlos Ribeiro
Sem comentários:
Enviar um comentário