REINO DE DEUS É ROMPER LIMITES (parte 2)

"E aconteceu que, passados três dias, o acharam no templo, assentado no meio dos doutores, ouvindo-os e interrogando-os." - Lucas 2:46

Ao ler os quatro evangelhos, percebemos que Jesus vivia, continuamente, a romper limites. Em todas as situações foi sempre além daquilo que esperavam dele, superando as tradições religiosas e a lei mosaica.

Por exemplo, rompeu limites quando, aos 12 anos, discutia com os doutores da lei.  É importante verificar que Jesus contrariou as expectativas de todos, quando, ao invés de continuar o ofício do seu pai José, tornou-se pregador e Mestre (Marcos 6:3). Rompeu limites ao anunciar uma mensagem diferente dos rabinos da sua época. Escandalizou os discípulos, indo à cruz. Rompeu o limite da morte, quando ressuscitou e subiu ao céu. E tudo o que Jesus realizou foi sem pecar e sem ultrapassar a vontade do Pai. Aliás, a vontade do Pai era o seu único e essencial limite!

A respeito das realizações de Jesus, por vezes argumentamos que Ele fez tudo o que fez porque era Deus e nós, como meros humanos, não podemos imitá-lo. No entanto, Cristo, além de romper limites, viveu ensinando os discípulos a fazerem o mesmo. Eles não morreriam na cruz para salvar o mundo, mas fariam obras semelhantes às que Jesus fez e outras maiores (João 14:12).

Ao falar de romper limites, não estou a influenciar o romper de regras ou uma vida de libertinagem.... Não! Estou a falar de romper limitações desnecessárias, verdadeiras barreiras que impedem o nosso crescimento. Quando Pedro perguntou se deveria perdoar o seu irmão sete vezes, talvez pensando que esta seria uma grande virtude, Jesus disse-lhe que o perdão deveria ser concedido setenta vezes sete (Mateus 18:21-22). Esta passagem deve-nos conduzir à reflexão. A matemática de Jesus é diferente da nossa. O resultado que Ele propõe é muito maior. Pedro propôs um número apenas, mas O Mestre acrescentou mais um para multiplicá-lo. Não sei se Pedro conseguiu fazer as contas, mas deve ter ficado surpreso com a resposta. O homem sem Jesus vai, talvez, até ao número sete. Com Jesus podemos ir, se quisermos, ao 490, 4900, e por aí além.

Podemos fazer muito mais. Não devemos parar onde estamos, pois corremos o risco de retroceder. Precisamos ir além dos limites que nós mesmos criamos, ou criaram para nós, e que agora servem para restringir a nossa experiência espiritual. Estamos limitados em nossas iniciativas de oração, jejum, leitura bíblica, estudo, evangelização e comunhão? Somos “económicos” como Pedro?

Lembra-te que tudo o que fazemos para Deus representa sementes que espalhamos.

Vai além dos teus limites!

Com amor,

Pr. José Carlos Ribeiro