quinta-feira, 14 de maio de 2020

POR QUÉ NO TE CALLAS?

“Quanto mais você fala, mais perto está de pecar; se você é sábio, controle a sua língua.” – Provérbios 10:19 (NTLH)

A frase deste título ficou registada na história, no decorrer de uma Cimeira Ibero-Americana. O autor que a proferiu foi, o então, Rei de Espanha, no ano de 2007. Foi uma rápida interjeição dirigida ao Presidente da Venezuela, interrompendo toda uma série de afirmações inusitadas proferidas por este, e que levava a que não se permitisse o devido desenvolvimento do diálogo e dos trabalhos políticos da cimeira.

Nos dias que correm, tenho, quase que por obrigação a uma dependência do 'online', passado mais algum tempo nas redes socias e diversos meios de comunicação existentes. Antes deste período, praticamente só via aquilo que entrasse diretamente no meu feed, sem fazer qualquer scroll. Hoje vou um pouco mais além e, por vezes, espreito em scroll o feed de notícias de maneira variada e sem procuras exatas.

É aqui que me detenho surpreendido com tantos potenciais presidentes da república, primeiros-ministros, 'experts' em saúde pública e mestres em matérias religioso-sociais. Vejo que, afinal, muitos sabem muito mas nunca o demonstraram e, acima de tudo, estão num nível superior aos demais em conhecimento, matérias secretas e por desvendar! Dominam a teoria, expressam a prática teoricamente e submetem os restantes a meros observadores. São críticos sem nunca terem sido parte duma possível solução. Alguns são mesmo grandes teólogos, conhecedores da Bíblia e estão sempre com um ensinamento preparado para dar. Afinal, estes são os detentores de uma avassaladora convicção de liderança que todos devem reconhecer, sem excepção, mesmo que nunca a tenham submetido à avaliação dos demais!

Apetece-me perguntar porque é que, afinal, nunca os vi dispostos a somar o que defendem e a juntar-se a quem já está a trabalhar... Temos tanto para dar e tanto para somar, mas a premissa de sermos reconhecidos numa construção de auto-imagem promocional, tem-nos levado a ficar pelo efémero mundo das palavras vãs e despidas de experiência.

Acho que vou continuar pelo feed que me cai na frente dos olhos, e a pensar para com os meus botões: “POR QUÉ NO TE CALLAS?”

Eu assim continuarei... CALLADITO!

Com amor,
Pr. José Carlos Ribeiro

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